quarta-feira, julho 19, 2006

Superman - O retorno



Superman returns
EUA, 2006
Ação - 154 min.
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Bryan Singer, Michael Dougherty, Dan Harris

Elenco: Brandon Routh, Kate Bosworth, Kevin Spacey, James Marsden, Parker Posey, Frank Langella, Sam Huntington, Eva Marie Saint, Marlon Brando, Kal Penn, David Fabrizio, Ian Roberts, Vincent Stone, Jack Larson, Noel Neill, Stephan Bender, Peta Wilson


Por Érico Borgo/ 13/7/2006

É praticamente unânime. Pergunte a um fã de quadrinhos qual é o melhor filme de super-heróis de todos os tempos e você ouvirá: "Superman". Ou talvez "Superman II".

Sob a sombra de um passado tão poderoso e memorável, o cineasta Bryan Singer - o homem que sacudiu o mercado de filmes de super-heróis com os dois primeiros X-Men - não teve dúvida. Quando começou a imaginar Superman - O retorno (Superman returns, 2006), o novo filme do Homem de Aço, descartou todas as idéias estapafúrdias de revitalização e modernização do personagem que circulavam pela Warner Bros. há mais de uma década. Na contramão da moda, ele fez o que, como um desses fãs que têm a resposta para a pergunta acima na ponta da língua, achou que seria certo: respeitou o passado e a consciência universal que todo mundo tem sobre o icônico personagem.

A solução encontrada pelo diretor e seus amigos e roteiristas, Dan Harris e Michael Dougherty, foi criar uma espécie de Superman III, ignorando os dois últimos (e péssimos) filmes do Super-Homem. Assim, a ação continua os temas mais fortes do segundo longa do herói, mas com pequenas alterações (inclusive no tema clássico de John Williams, que é expandido pelo compositor John Ottman). No novo filme, por exemplo, Lois Lane não sabe que Clark Kent é o Super-Homem. Mas tudo é organizado de tal forma que não é necessário ter assistido aos capítulos prévios para entendê-lo. Até porque todo mundo está cansado de conhecer a origem do herói e seu universo...

A trama acompanha o retorno do Super-Homem à Terra depois de uma ausência de vários anos. Enquanto isso, seu antigo inimigo Lex Luthor dá início ao seu maior plano até hoje - algo que pode torná-lo o homem mais poderoso do planeta. Além da ameaça, o herói depara-se com algo ainda mais inesperado... a mulher que ele ama, Lois Lane, seguiu com sua vida e tem uma família.

O resultado é excelente. Pelo menos para os mais velhos.

Ao focar-se em temas mais adultos, como a complexa história de amor entre Lois e o Super-Homem, e não oferecer conflitos grandiosos como os de Homem-Aranha, Quarteto Fantástico ou X-Men, o filme se afasta do público mais jovem. Claro, a ação existe, mas o duelo de cérebro contra músculos promovido por Lex Luthor não é exatamente empolgante como o quebra-pau do Aranha contra o Doutor Octopus, por exemplo. Aos mais jovens, faltou um "chefe de fase", já que o kryptoniano se restringe a salvar pessoas de desastres. Dessa forma, o drama e a beleza plástica de Superman - O retorno são muito mais fortes que os elementos "super-heróicos" tradicionais, o que deve dividir opiniões de fãs. Mas será que alguém consegue ficar indiferente à cena em que Clark Kent observa triste com sua visão de raios-x enquanto Lois Lane sobe no elevador do Planeta Diário? Ou o momento de superação, em que o herói voa ignorando o efeito da kryptonita? Ou a belíssima seqüência em que ele repete as palavras do pai (Marlon Brando, em recriação por efeitos especiais e em material de arquivo)?

Não deve haver qualquer divergência, porém, no que diz respeito ao visual da aventura. As imagens captadas pelo diretor através das câmeras experimentais Gênesis são lindíssimas e todo o design de produção e efeitos especiais, dos menores detalhes aos momentos grandiosos, são perfeitos, obcecados até, e trazem um realismo impressionante. Os tons, construções e figurinos oferecem um visual retrô sem ser datado, que funciona perfeitamente para o personagem.

Igualmente bem-sucedido é o elenco. Singer tem mesmo um excelente olho para seleção de atores. Brandon Routh, o novo astro tão execrado pelos fãs no início da produção, prova que tem talento, especialmente numa das cenas finais, apesar de alguns momentos nos quais é ofuscado pela colega Kate Bosworth, a Lois Lane. Mesmo com a pouca idade, a atriz consegue segurar muito um papel forte como o da repórter do Planeta Diário. De Kevin Spacey nem é necessário falar. Em seu segundo trabalho com Singer (depois de Os suspeitos), o ator egresso dos palcos faz um Lex Luthor divertido e ameaçador. Os coadjuvantes são igualmente competentes.

Superman - O retorno é assim uma experiência fantástica, um trabalho de amor e dedicação ao personagem - e o que é melhor... incorporando seus próprios, e promissores, elementos à quase septagenária mitologia. Bryan Singer crava assim seu nome ao lado dos grandes criadores que conduziram o herói e o mantiveram relevante em épocas tão distintas.

texto tirado so site http://www.omelete.com.br/cinema/artigos/base_para_artigos.asp?artigo=3233

3 Comments:

Blogger Bruno Sant' Ana said...

Achei um grande Filme. Todo mundo esperava a pancadaria do Homem Aranha por isso reclamam do filme. Eu achi foda. To cada vez + fã do Singer.

1:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

Concordo plenamente contigo Brunão ... Adorei o filme, achei que foram bastante fiéis aos anteriores e de quebra tornou-se uma merecida homenagem so eterno Cristopher Reeve.

Fantástico ... recomendo !!!!

Bjos

Camila

3:49 PM  
Anonymous Anônimo said...

Só mesmo o super predileto dos prediletos, pra me fazer sair do ostracismo e inanição, e ao contrário do nosso querido super , sou bem preguiçoso, o que , diga-se de passagem é uma grande vantagem, pra poder apreciar melhor essa grande obra prima denomidada "retorno". Apesar de ter acompanhado a primeira aventura de pertinho na década de 70,(matei aula pra assistir), reconheço que em época de grandes diretores e efeitos mais que especiais, não me surpreendeu o resultado esse grande trabalho, e embora seja suspeitíssimo pra elogiar, achei muito feliz o enredo, atuações pela fidelidade aos quadrinhos e a estória em si. Parabéns Super Super.

3:58 PM  

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